Capítulo 20
A cozinheira que Judith havia deixado em seu lugar pôs o almoço na mesa assim que os patrões desceram.
- Obrigado, Tereza - Joseph agradeceu, sentando-se e arrumando uma desculpa para poder afastar a mulher. - Preciso que vá à cidade com o cocheiro comprar algumas coisas.
- Sim, senhor. O que devo comprar?
- Demi?
A morena o olhou, pensando em algo para pedir. Acabou pedindo alguns tecidos, pois sabia que faria Tereza demorar. Sentou-se e pediu que Júlio fizesse o mesmo, assim que a empregada saiu.
Almoçaram em silêncio, como de costume para Joseph e Demetria. Após descansarem a refeição, a morena procurou Joseph em seu escritório.
- Está de saída? - ela perguntou, vendo o marido pegar alguns papéis apressado.
- Sim. Há algo que queira me dizer?
- Prometi que procuraríamos os pais de Júlio hoje. Lembras?
- Teremos que adiar. Tenho uma reunião importante com o Conselho até o fim da tarde.
Ela curvou as sobrancelhas, contrariada. Havia dado sua palavra ao menino, não faria o contrário. Ele percebeu sua irritação, suspirando.
- Eu irei sozinha, então.
- Amanhã procuraremos, certo? - ele disse, pegando-a pelo braço. Ela puxou o braço de volta, dizendo que iria hoje. - É perigoso e tu nem sabes cavalgar por essas bandas.
Ela apenas levantou uma sobrancelha, retirando-se do escritório dele. Joseph sabia que ela iria, mas não podia faltar a reunião. Praguejou.
Demi desceu do cavalo e ajudou Júlio a fazer o mesmo.
- Tem certeza que foi aqui, pequeno?
- Sim, senhora. Estava de noite, mas me lembro dessa rocha no caminho.
Os dois estavam no lugar onde os capangas pegaram os pais de Júlio. Demi olhou em volta, confirmando assim que viu os pedaços de madeira que deviam ser da carroça quebrada.
- São eles! São eles! - Júlio avisou perturbado, puxando Demi para sair dali. A morena avistou os dois cavalos se aproximando e identificou os capangas, arregalando os olhos.
- Esconda-te e não faças nenhum barulho, pelo amor de Cristo!
O menino correu para o matagal, camuflando-se à vegetação, enquanto Demi continuou no mesmo lugar, esperando os homens se aproximarem.
Eles pararam, descendo dos cavalos.
- Olha só, jamais imaginei uma surpresa tão boa por esta estrada barrenta...
- Não posso dizer o mesmo - ela respondeu, encarando o homem que a olhava de cima a baixo. Havia conhecido o Capitão bem antes de se casar.
- Eu estava com saudade, bonitinha - ele tentou pôr as mãos imundas no rosto dela, levando um tapa na mão. Olhou para o amigo e riram. - Esta é brava como uma onça de Aruaz, meu amigo. Mas um dia vou domar esta selvagenzinha.
- Acho que se esqueceu do que aconteceu na última vez que tentou, capitão - Demi disse, fazendo-o lembrar da facada que lhe deu uma vez por tentar agarrá-la. Ele riu, aproximando-se.
- O que fazes aqui, bonitinha?
- Não te devo satisfações, ando por onde bem entender.
- Essas bandas são nossas, mocinha. É melhor que fale, pois não sou paciente como ele - o amigo do capitão chegou agressivo, sendo parado pelo outro.
- Eu sei que tu gostas de passear por aí, bonitinha. Mas estás muito longe da tua casa e nas minhas bandas. É melhor dizer, pois aqui não preciso te poupar.
Ela se sentiu ameaçada e lembrou de Julio. Precisava se livrar dos homens.
- Estás enganado, capitão. Estou muito perto da minha casa e meu marido não vai gostar nada de saber que estão me incomodando.
Eles focalizaram o dedo dela com a aliança e se olharam.
- Quem é seu marido?
- Joseph Jonas.
- É uma pena que alguém já tenha colocado um coleira em você, bonitinha. Vou te poupar mais uma vez por causa do seu marido, mas não cruze nosso caminho novamente.
Ela suspirou aliviada quando eles foram embora. Esperou que eles se afastassem para poder chamar Júlio. Este que a abraçou, nervoso. Voltaram para casa e esperaram a volta de Joseph.
Quando Joseph chegou, ouviu risadas vindo da cozinha. Não precisou ir até lá, pois Demi e Júlio apareceram na sala, pondo tigelas na mesa. Os dois estavam de avental e sujos de comida, mas com um sorriso gostoso no rosto.
- O que houve por aqui?
- Eu dispensei Tereza. Então Júlio e eu fizemos o jantar.
- E por acaso algum dos dois sabe cozinhar? - ele perguntou se aproximando e fazendo uma careta. A mulher olhou para a face do menino que estava achando tudo muito engraçado.
- O senhor que vai nos dizer isso!
Joseph sentou na cadeira que o menino indicou, enquanto Demi servia a comida no seu prato. O homem olhou a massa com bastante molho no seu prato e provou. Encarou os dois que esperavam a resposta com expectativa.
- Estão contratados - disse, fazendo Júlio comemorar, olhando para Demi. Logo se sentaram também para apreciar o jantar feito por eles mesmos.
- A sua esposa é muito corajosa - Júlio comentou, enquanto pegava a esponja e dava para Joseph.
- É mesmo? Por quê?
Os dois estavam no curral cuidando dos cavalos, enquanto Demetria não acordava. Ela havia perdido até mesmo a hora do almoço e Joseph não quis acordá-la.
- Ontem, quando estávamos procurando por meus pais, os capangas apareceram e eu tive que me esconder, mas ela os enfrentou.
Joseph prestou atenção, interessado. Perguntou como ela havia os dispensado e como havia sido a abordagem, enquanto escovava o cavalo.
- Um era bastante abusado, quis até encostar nela, mas a Demi não deixou. E falava coisas desrespeitosas.
- Eles são nojentos - Joseph soltou revoltado, dizendo tudo o que achava dos capitães do mato para o garoto. Uma opinião que o menor levaria como ensinamento.
Voltaram para casa e Demi percebeu o divertimento dos dois.
- Por que não me chamaram? Adoro escovar cavalos.
- Uma dama cuidando de cavalos? - Júlio perguntou, achando aquilo absurdo. Demi achou graça, ouvindo o garoto contar sobre o que fizera com Joseph, animado.
- Obrigado, Tereza - Joseph agradeceu, sentando-se e arrumando uma desculpa para poder afastar a mulher. - Preciso que vá à cidade com o cocheiro comprar algumas coisas.
- Sim, senhor. O que devo comprar?
- Demi?
A morena o olhou, pensando em algo para pedir. Acabou pedindo alguns tecidos, pois sabia que faria Tereza demorar. Sentou-se e pediu que Júlio fizesse o mesmo, assim que a empregada saiu.
Almoçaram em silêncio, como de costume para Joseph e Demetria. Após descansarem a refeição, a morena procurou Joseph em seu escritório.
- Está de saída? - ela perguntou, vendo o marido pegar alguns papéis apressado.
- Sim. Há algo que queira me dizer?
- Prometi que procuraríamos os pais de Júlio hoje. Lembras?
- Teremos que adiar. Tenho uma reunião importante com o Conselho até o fim da tarde.
Ela curvou as sobrancelhas, contrariada. Havia dado sua palavra ao menino, não faria o contrário. Ele percebeu sua irritação, suspirando.
- Eu irei sozinha, então.
- Amanhã procuraremos, certo? - ele disse, pegando-a pelo braço. Ela puxou o braço de volta, dizendo que iria hoje. - É perigoso e tu nem sabes cavalgar por essas bandas.
Ela apenas levantou uma sobrancelha, retirando-se do escritório dele. Joseph sabia que ela iria, mas não podia faltar a reunião. Praguejou.
Demi desceu do cavalo e ajudou Júlio a fazer o mesmo.
- Tem certeza que foi aqui, pequeno?
- Sim, senhora. Estava de noite, mas me lembro dessa rocha no caminho.
Os dois estavam no lugar onde os capangas pegaram os pais de Júlio. Demi olhou em volta, confirmando assim que viu os pedaços de madeira que deviam ser da carroça quebrada.
- São eles! São eles! - Júlio avisou perturbado, puxando Demi para sair dali. A morena avistou os dois cavalos se aproximando e identificou os capangas, arregalando os olhos.
- Esconda-te e não faças nenhum barulho, pelo amor de Cristo!
O menino correu para o matagal, camuflando-se à vegetação, enquanto Demi continuou no mesmo lugar, esperando os homens se aproximarem.
Eles pararam, descendo dos cavalos.
- Olha só, jamais imaginei uma surpresa tão boa por esta estrada barrenta...
- Não posso dizer o mesmo - ela respondeu, encarando o homem que a olhava de cima a baixo. Havia conhecido o Capitão bem antes de se casar.
- Eu estava com saudade, bonitinha - ele tentou pôr as mãos imundas no rosto dela, levando um tapa na mão. Olhou para o amigo e riram. - Esta é brava como uma onça de Aruaz, meu amigo. Mas um dia vou domar esta selvagenzinha.
- Acho que se esqueceu do que aconteceu na última vez que tentou, capitão - Demi disse, fazendo-o lembrar da facada que lhe deu uma vez por tentar agarrá-la. Ele riu, aproximando-se.
- O que fazes aqui, bonitinha?
- Não te devo satisfações, ando por onde bem entender.
- Essas bandas são nossas, mocinha. É melhor que fale, pois não sou paciente como ele - o amigo do capitão chegou agressivo, sendo parado pelo outro.
- Eu sei que tu gostas de passear por aí, bonitinha. Mas estás muito longe da tua casa e nas minhas bandas. É melhor dizer, pois aqui não preciso te poupar.
Ela se sentiu ameaçada e lembrou de Julio. Precisava se livrar dos homens.
- Estás enganado, capitão. Estou muito perto da minha casa e meu marido não vai gostar nada de saber que estão me incomodando.
Eles focalizaram o dedo dela com a aliança e se olharam.
- Quem é seu marido?
- Joseph Jonas.
- É uma pena que alguém já tenha colocado um coleira em você, bonitinha. Vou te poupar mais uma vez por causa do seu marido, mas não cruze nosso caminho novamente.
Ela suspirou aliviada quando eles foram embora. Esperou que eles se afastassem para poder chamar Júlio. Este que a abraçou, nervoso. Voltaram para casa e esperaram a volta de Joseph.
Quando Joseph chegou, ouviu risadas vindo da cozinha. Não precisou ir até lá, pois Demi e Júlio apareceram na sala, pondo tigelas na mesa. Os dois estavam de avental e sujos de comida, mas com um sorriso gostoso no rosto.
- O que houve por aqui?
- Eu dispensei Tereza. Então Júlio e eu fizemos o jantar.
- E por acaso algum dos dois sabe cozinhar? - ele perguntou se aproximando e fazendo uma careta. A mulher olhou para a face do menino que estava achando tudo muito engraçado.
- O senhor que vai nos dizer isso!
Joseph sentou na cadeira que o menino indicou, enquanto Demi servia a comida no seu prato. O homem olhou a massa com bastante molho no seu prato e provou. Encarou os dois que esperavam a resposta com expectativa.
- Estão contratados - disse, fazendo Júlio comemorar, olhando para Demi. Logo se sentaram também para apreciar o jantar feito por eles mesmos.
- A sua esposa é muito corajosa - Júlio comentou, enquanto pegava a esponja e dava para Joseph.
- É mesmo? Por quê?
Os dois estavam no curral cuidando dos cavalos, enquanto Demetria não acordava. Ela havia perdido até mesmo a hora do almoço e Joseph não quis acordá-la.
- Ontem, quando estávamos procurando por meus pais, os capangas apareceram e eu tive que me esconder, mas ela os enfrentou.
Joseph prestou atenção, interessado. Perguntou como ela havia os dispensado e como havia sido a abordagem, enquanto escovava o cavalo.
- Um era bastante abusado, quis até encostar nela, mas a Demi não deixou. E falava coisas desrespeitosas.
- Eles são nojentos - Joseph soltou revoltado, dizendo tudo o que achava dos capitães do mato para o garoto. Uma opinião que o menor levaria como ensinamento.
Voltaram para casa e Demi percebeu o divertimento dos dois.
- Por que não me chamaram? Adoro escovar cavalos.
- Uma dama cuidando de cavalos? - Júlio perguntou, achando aquilo absurdo. Demi achou graça, ouvindo o garoto contar sobre o que fizera com Joseph, animado.
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