Capítulo 29 FIM
Os cavalos saíram apressados e relinchando guiados pelos negros da comunidade que o Cavaleiro ajudava.
- Tome cuidado, meu amor - Amélia pediu já com lágrimas nos olhos, dando o último beijo no marido. Apesar de o homem ter se mostrado forte desde o início do planejamento da revolta, no momento de ir havia deixado que um pouco de medo o dominasse. Zani bateu nas suas costas, chamando-o para ir. Isso lhe injetou confiança e coragem novamente.
- Eu te amo - disse, dando um abraço apertado na mulher. Montou no cavalo e olhou para trás, vendo toda a comunidade reunida, aflita, torcendo para que tudo desse certo e eles voltassem bem. Essa imagem foi a dose completa de coragem que Lucas precisava para seguir avante. Assim como os outros, fez o cavalo correr.
- A casa de Joseph está cheia de capangas, se tentarmos entrar para pegar mais armas, alguns de nossos homens já morrerão. O que faremos? - Hector perguntou a Lucas e Zani, preocupado. Os dois pensaram, pensaram e Lucas teve a ideia.
- Na cabana, é isso! Na cabana do Cavaleiro devem ter algumas armas!
Rumaram até a cabana onde o Cavaleiro passava algumas noites e de fato acharam algumas armas escondidas. Zani tomou a frente do grupo, dando as coordenadas. Como Aruaz era cercada pela floresta, eles se separaram em três grupos para cercarem a praça principal. Não demoraram muito e já ouviam as vozes do barão Bachelard.
- Meus senhores, viram o que acabou de acontecer? O demônio não desiste! Como eu ia dizendo antes de ser interrompido, este homem é um traidor. Semelhante a Judas, traiu a todos nós como Judas fez com Jesus. Ele era um de nós, invejoso, corrompido. Deixo a escolha dos senhores o que fazer com Joseph Jonas.
Assim como o povo de Aruaz, os homens que estavam sendo liderados por Lucas, Zani e Hector também ficaram surpresos ao descobrir a identidade do Cavaleiro. Um branco? Um fazendeiro? Joseph nunca havia contado para ninguém da comunidade prezando por sua segurança, além dos três homens que lideravam a Revolta. Os quatro eram bastante amigos e conversavam muito sobre a situação política e social. A Revolta era um desejo de revolução sonhado há um bom tempo.
- Matem-no!!! - o povo gritava em coral, enquanto a corda era posta no pescoço de Joseph.
O combinado era atacarem juntos assim que colocassem Joseph no local do enforcamento. Mas antes disso acontecer, o estouro do tiro que agora perfurava a carne de barão Bachelard foi ouvido, fazendo toda gente correr e o caos se instalar. Lucas e Hector xingaram assim que perceberam que o tiro partira do Norte, a impulsividade de Zani falara mais alto. Seguiram com o grupo, assim que viram Zani fazendo o mesmo. Cercaram o povo, apontando a arma para quem ousasse sair.
- Todos no chão! Agora! - Zani gritou, apontando a arma para eles. Nunca fariam mal ao povo, mas no momento era necessária a coerção coletiva. Focalizou Victor tentando escapar do palanque. - E os senhores, não se mexam!
Joseph sentiu a alegria em seu coração ao ver os amigos. Mas logo foi substituída pela preocupação com Demetria que havia desmaiado e poderia ter sido pisoteada pela multidão. Pegou a pistola que estava com barão Bachelard, mas antes cuspiu em sua cara, proferindo "seu porco!".
Desceu à procura de Demetria, encontrando-a ainda desarcodada com Selena, Nick e Zira.
- Meu Deus, meu amor! - ele disse preocupado, pegando em seu rosto. - Levem-a para um lugar seguro. Sua casa, Zira, por favor. Preciso ajudá-los.
Os três confirmaram e fizeram o que Joseph dissera. Ele voltou para perto do palanque, acenando com a cabeça para Hector.
- A hora chegou! Nem mais um dia de trabalho forçado, nem mais um dia de morte, nem mais um dia de sofrimento para o meu povo! Estamos cansados de tanto maltrato, não são dias, não são meses, são anos! - Hector gritou em alto e bom som para que todos ouvissem. Alguns capitães do mato chegaram e Zani e Lucas mataram rápido, antes que pudessem atacar. O povo ficou histérico. - Seus vermes, rendam-se ou sofram!
- Seus capachos estão todos mortos ou presos, não há solução para vocês!
Muitos estavam na fazenda de Joseph ainda, mas eles não precisavam saber da mentira de Lucas.
- Raça maldita! - um fazendeiro gritou, atirando rapidamente contra eles. Não demorou para que estivesse morto também, fazendo as pessoas ficarem com mais medo ainda.
- Vamos fugir pela floresta - Victor murmurou para o prefeito, que apenas moveu os olhos, com medo.
- Seu burro, eles conhecem a floresta na palma da mão. São todos negros fugitivos!
- Ouça, Aruaz! O Cavaleiro nunca fora bandido! Ele ajudava a nossa comunidade de fugitivos. A nossa comunidade que tentava sobreviver em meio a tamanha injustiça praticada por esses vermes impiedosos e mau caráter. São eles que lhes fazem mal, não o nosso povo! Mas o dia do basta chegou. As mãos desses bastardos nunca mais verão sangue negro! Atacar!
O caos se instalou assim que Lucas gritou. O povo não teve dificuldade para fugir, uma vez que o alvo dos revoltosos eram os fazendeiros, os grandes. Os tiros começaram a ser ouvidos, os corpos começaram a cair, mas isso era inevitável.
- Venha aqui, seu verme. Tu és meu! - Joseph puxou Victor pelos cabelos, fazendo-o cair para trás, assim que tentava fugir. Ele se arrastou, com medo. No primeiro soco, sua boca já sangrou. Não demorou para começar a gritar após os chutes e outros socos. - Como ousas achar que repetirá o que aconteceu aos meus pais? Se tivesses encostado um dedo na Demetria eu te entregaria pessoalmente ao capeta, seu lixo!
- Por favor, não me mate! - ele pediu fraco e chorando como um covarde. - Por favor, a culpa não é minha... foi o barão... por favor.
- Seu covarde! - gritou Joseph, dando-lhe a surra que ele merecia. Puxou-o pelos cabelos, fazendo ficar cara a cara com ele. - Tu és um burro, um ser patético, eu sei que não fizera sozinho. Mas eu não irei te matar agora, não, pois quero que sofra. Não vale a pena sujar minhas mãos com esse teu sangue imundo!
Chorou mais uma vez, desesperado. Joseph ouviu os tiros e adentrou na Igreja, que estava vazia. Trancou-o no confessionário, derrubando a parte da saída para o chão. Escutou as lamúrias de Victor e limpou o rosto suado. Apontou a pistola para o padre.
- Padre, juro pelo nome do Altissímo que se libertares este homem, estará condenado ao inferno.
O velho engoliu seco, vendo o homem correr pela igreja até a saída. Fez o sinal da cruz.
Joseph viu muitos corpos negros no chão e de gente inocente também, o que o preocupou. Correu encontrando Zani, para receber as táticas do que deveria fazer.
Um pouco mais de uma hora depois, o último inimigo fora preso, amarrado e levado pelo grupo dos refugiados. Eles saíram vitoriosos. Apesar de com muitos homens a menos, eles haviam conseguido. Um grito de felicidade foi ouvido e logo outros o acompanharam, havendo uma abraço coletivo no meio daquela praça em meio a muito sangue derramado. A tristeza também veio por verem muitos amigos caídos.
Joseph abraçou Lucas e Hector com um sorriso enorme. Agradeceu aos amigos e declarou amor pelos dois.
- Cuidado! - ouviram a voz de Zani gritar, mas tudo foi muito rápido. O mais velho que estava correndo até eles, caiu no chão atingido, e assim puderam ver os dois fazendeiros com as pistolas. Mais um tiro e dessa vez pegou em Joseph, que também foi ao chão, sentindo a dor em seu ombro esquerdo. Malditos. Logo foram mortos por trás pelos demais revoltosos.
- Zani! Zani! - Joseph sacudiu o amigo com as pernas, que estava imóvel. Lucas encostou a cabeça em seu peito, ouvindo o coração bater cada vez mais devagar. Olhou preocupado para o negro de cabelos tão escuros quanto a noite.
- Estou indo, irmãos - ele disse com dificuldade, tossindo sangue e olhando para o céu. Hector se aproximou, triste. - Estou... indo, mas com... a alma... lavada.
Não demorou mais de trinta seguros para que a sua cabeça pendesse, assim como seu braço.
- Inferno - Joseph proferiu, sentindo muita dor em seu ombro. Foi inevitável não escorrerem as lágrimas de todos pela perda tão dolorosa de um herói.
***
- Não acredito que perdi tudo! - Demi lamentou pela milésima vez irritada, sentada na cama. - Maldita hora em que desmaiei como uma vítima, refém. Como odeio esse papel!
- O que estás a dizer, Demetria?
- Agi como uma idiota, fraca, Zira! - exclamou com raiva, virando-se para a mulher. - Não ajudei os revoltosos em nada, estive aqui, deitada como uma figurante. Isso é muito injusto, maldita tontura. Odeio ser uma figurante, odeio ser assumir uma postura de quem precisa de cuidados.
O tapa foi em alto e bom som. A morena mal acreditou no que havia acabado de acontecer, até ver o semblante revoltado de Zira.
- Basta, Demetria! Está sendo injusta consigo mesma. Acaso não lembras de todas as coisas que fizera que ajudaram hoje a resultar nessa revolta? Em vez de estar comemorando por todos os seus esforços e os de outras pessoas obterem êxito hoje, estás a chorar como uma mimada que não conseguiu o papel principal de uma peça na escola. E acredite, Demetria, este não é o teu papel. Portanto, pare já com isso, pois não quero gritar nunca mais contigo.
A morena aceitou o esporro merecido e inclusive o tapa, pois Zira era mais uma mãe do que sua amiga. E realmente ela merecia ouvir.
- Obrigada - agradeceu baixo, tendo noção de que sua postura não condizia com a mulher que se tornara. A mais velha a abraçou e ouviram a porta ser aberta com agressividade. Não demorou para que Joseph estivesse de joelhos frente à Demetria.
- Joseph! - ela o abraçou forte e aliviada por vê-lo, e soltando assim que o homem gemeu de dor. Então ela viu seu ombro enfaixado, recebendo um beijo do marido. Ele repetia "nós conseguimos" diversas vezes, contente.
- Como tu estás? - ele perguntou preocupado e então parecia que ela havia recobrado a consciência. Afastou-se, levantando da cama, olhando-o de uma forma diferente. Joseph não entendeu, pondo-se de pé também. - Meu amor...
Quem havia levado um tapa furioso fora ele agora. Demetria estava completamente revoltada.
- Tu és um mentiroso! Enganou-me por todo esse tempo, fizeste-me de boba! Achas bonito isso, Joseph?! Ou eu devo lhe chamar de "Cavaleiro"? Depois de tudo... Como teve coragem de se deitar comigo, de me dar bom dia como se fosse o ser mais verdadeiro desse mundo?!
- Eu mereço, eu sei... Perdoe-me, meu bem, por favor. Eu tentei lhe contar, mas tive medo de te perder. Eu não saberia mais viver sem ti.
Ela o encarou furiosa e também cansada. Queria estapear Joseph, mas ao mesmo tempo chorar por se sentir totalmente traída.
- Deixe-me só, não quero ouvir mais nada.
- Mas...
- Deixe-me! - gritou, e ele o fizera mesmo que relutante. A morena se jogou na cama, sentindo-se péssima. Joseph a fizera de boba, e ela odiava ser enganada. A porta bateu e um pedaço dela parecia que havia ido junto com ele. Talvez tivesse ido mesmo. Nunca se sentira tão triste. Deixou que as lágrimas caíssem, e seus amigos não a perturbaram. No decorrer da noite Zira levou-lhe algo para comer e ficaram ali, abraçadas, juntas.
- Sinto muito, meu anjo - a mais velha proferiu baixinho, depositando um beijo na sua cabeça. - Tenho certeza que irão se entender...
- Não. Joseph, o Cavaleiro, seja ele quem for, morreu para mim.
Ela o encarou furiosa e também cansada. Queria estapear Joseph, mas ao mesmo tempo chorar por se sentir totalmente traída.
- Deixe-me só, não quero ouvir mais nada.
- Mas...
- Deixe-me! - gritou, e ele o fizera mesmo que relutante. A morena se jogou na cama, sentindo-se péssima. Joseph a fizera de boba, e ela odiava ser enganada. A porta bateu e um pedaço dela parecia que havia ido junto com ele. Talvez tivesse ido mesmo. Nunca se sentira tão triste. Deixou que as lágrimas caíssem, e seus amigos não a perturbaram. No decorrer da noite Zira levou-lhe algo para comer e ficaram ali, abraçadas, juntas.
- Sinto muito, meu anjo - a mais velha proferiu baixinho, depositando um beijo na sua cabeça. - Tenho certeza que irão se entender...
- Não. Joseph, o Cavaleiro, seja ele quem for, morreu para mim.
***
De fato, Demi ignorou Joseph por dois meses. Continuou suas aulas na casa de Zira, e a mais velha não permitia que Joseph entrasse para falar com ela. Ele deu alguns dias, mas depois começou a ficar desesperado e ia quase todo dia a casa de Zira tentar falar com Demi. Começou a notar o médico da cidade frequentando a casa de Zira e estranhou, temeu que a sua mulher estivesse doente. Quando indagou Zira desesperado, ela apenas mentiu, dizendo que não havia nada com Demetria e sim com ela.
- Eu não aguento mais, Demetria! - a mais velha entrou farta pela cozinha, sentando de frente para a morena. - Joseph não para de vir aqui, eu tenho que mentir e não gosto de fazer isso!
- Zira, tu não contaste a ele, não é?! - a morena perguntou, levantando-se exasperada e ajoelhando aos pés da amiga, enquanto segurava suas mãos.
- Não, não contei. Mas tu irás contar!
- Eu não quero, Zira!
- E o que tu farás, hein? Ficará escondida para sempre?! Sua barriga irá crescer, tu precisarás sair, teu filho irá nascer! Ele ficará preso aqui em minha casa também?! Com o que estás na cabeça?
A morena deu um suspiro, nervosa. Levantou, sentando novamente e pondo as mãos sobre a cabeça.
- Aproveitando que ouvi a conversa, vou opinar também: acho que estás sendo uma boba! - Selena chegou a cozinha, aproximando-se delas. - Joseph está louco sem ti. Nick disse que jamais o vira assim... E os revoltosos mandaram mais uma carta a ti.
- Olha isto, Demetria! - Zira pegou o papel da mão de Selena, dando uma olhada. - Estão insistindo mais uma vez para que tu componhas a organização junto deles. Como podes se deixar ficar trancafiada por orgulho diante da situação que tu deverias estar agindo?! Sinceramente, não te reconheço. Sabes que a tua instrução política é imprescindível a nossa cidade, mas... ficas aqui?!
- Sem contar que está sendo egoísta com Joseph e seu filho. Estás privando ambos de um relacionamento!
- Mas que inferno! Estão comigo ou contra mim?!
- Contigo. Achei que tivesses percebido depois de tudo que fizemos por ti. Não sejas injustas conosco.
Zira a repreendeu, séria. Demetria odiava admitir que estava errada e que jogassem a verdade em sua cara, mas dessa vez não havia pra onde fugir. E era sua família, suas melhores amigas, aquelas que sempre estiveram com ela que estavam dizendo.
- Perdoem-me. As duas têm toda razão. Obrigada, prometo que refletirei e tomarei uma atitude - ela agradeceu com um abraço apertado em cada uma e quando sentou na cama, pôs-se a pensar realmente pela tarde inteira.
***
Demetria subiu as escadas e sentiu seu coração palpitar ao chegar até a porta principal. Estava na fazenda Jonas, na sua antiga casa, prestes a encontrar Joseph. Estava tão apreensiva! Ia bater, mas percebeu que a porta estava encostada. Abriu, entrando devagar. Sentiu aquele cheiro costumeiro, aquele cheiro de quem chega em sua casa. Seu coração palpitou ainda mais. Começou a perceber o lugar... Estava do mesmo jeito, mas parecia mal cuidado, estava muito empoeirado.
- Judith? - chamou pela empregada que já deveria estar pela casa mesmo sendo cedo. Ela sempre despertava primeiro. - Claire?
Não obteve resposta nenhuma. Quando chegou à cozinha também estranhou ao não ver ninguém. Nem resquício de um café da manhã sendo preparado. Estranhou. Sentiu um aperto no coração repentinamente, odiando aquilo. Dirigiu-se então até o escritório de Joseph. Conforme se aproximava, começou a ouvir sua voz. Sentiu todo seu corpo disparar. Sorrateiramente, olhou pelo espaço da porta aberta. Ele estava sentado, as costas nuas, os cabelos molhados, um papel em mãos.
- Todos os cidadãos são iguais em direitos e deveres. Não importa se é homem ou mulher, se é preto ou branco, se é pobre ou rico... A escravidão não dá uma boa condição de vida... Ah, que droga! - ele exasperou irritado, amassando o papel e jogando longe. Não conseguia gostar de nada do que tinha que escrever para a próxima matéria do jornal.
- Eu colocaria que não importa a distinção social, racial ou de sexo. Se todos são iguais como seres humanos e cidadãos, não há como conciliar a escravidão com esse princípio pelo qual somos regidos, que se baseia em ter a noção de que todos merecem ter sua dignidade humana preservada.
Ele virou surpreso, e piscou algumas vezes sem reação. Chegou a pensar que estava sonhando ao ver sua Demi ali naquele cômodo. Seu coração ficou como o dela quando se encararam. Ele levantou devagar, aproximando-se enquanto ela respirava fundo, sem tirar os olhos deles. Céus, como ainda era apaixonada!
- Tu estás mesmo aqui? - ele perguntou para a morena, com medo de despertar de algum sonho. Ela se arrepiou, só de sentir a mão dele tocando a dela. Acabou com o contato, andando para além dele, parando no centro da sala. Mudou de assunto.
- Aonde foi parar Judith? Ela sempre acordava nesse horário! Estou com saudades. De Claire também, muita. Achei estranho não vê-las...
- Ah... - ele abaixou o olhar, endireitando algumas coisas em sua mesa. A morena acompanhou os movimentos lentos dele e a fala bem calma. - Judith faleceu. Claire, bem, casou-se e acompanhou seu marido.
Demi sentiu um soco no seu estômago após a notícia. Sentiu-se muito triste de repente, e entendeu o abatimento do marido. Ele sentou no sofá que tinha ali, de frente pra ela, mas sem encará-la. A mulher procurou forças para poder voltar a falar, mas saiu mais como um suspiro.
- Há quanto tempo?
- Há mais ou menos uma semana. Eu tentei te avisar, mas... - ele explicou e ficou subentendido que ela se recusava a vê-lo. Sentiu-se péssima.
- Eu sinto muito... Sei como tu a amava, e eu mesma havia me apegado muito a ela.
- Obrigado... Mas já estou acostumado, vou ficar bem. Não é a primeira vez que perco duas pessoas que mais amo, que são minha família.
Ela sentiu seu coração apertar. Ah, como odiava vê-lo triste. E era óbvio que estava se referindo a ela e a Judith. A tristeza dele, era a sua tristeza. Sentou-se calmamente ao seu lado, também abatida, percebendo que ele não havia retirado sua aliança. Ela deu um pequeno riso.
- Essa aliança costumava a pesar em meu dedo, mas hoje parece que até falta um pedaço de mim sem ela... Na verdade, a minha vida parece incompleta sem ti.
Joseph olhou para a mulher, sentindo uma felicidade que há meses não sentia o invadir. Esperou que ela continuasse a falar.
- Ontem comecei a lembrar de todos os nossos momentos juntos... Desde quando me irritou diversas vezes, de quando me beijava, de quando me admirava, e até mesmo de quando me fez sentir ciúmes. Odiei-me muito por esse dia, inclusive - ela contou, e ele riu ao lembrar da situação com Charlote em Melina. - E aí pensei em como tu me fizeste me apaixonar por ti duas vezes. Como tu és cretino, Joseph! Fiquei morrendo de vontade de te esbofetear.
- Perdão, eu--
- Fique quieto, não terminei. Acalmei-me e daí eu percebi que não me apaixonei por ti duas vezes. Eu me apaixonei por ti quando nos encontramos na estrada, e aquele homem era o mesmo com quem eu me casei, mas debaixo de uma máscara - ela confessou, encarando o marido. A cada palavra, o coração de ambos acelerava cada vez mais. - Tu és muito mais importante que o meu orgulho. Eu aceito tuas desculpas porque te amo desde o dia em que nos encontramos na estrada.
Joseph abriu um sorriso, sentindo que aquele era o dia mais feliz da sua vida. Tudo que havia pedido ao céus estava se concretizando. A beijou com paixão, com vontade e com todo amor que sentia por aquela mulher. Demi retribuiu com saudade.
- Obrigado, meu amor. Sem ti estava definhando. Por favor, não me abandone nunca. Por favor. - ele implorou, colando sua testa na dela, apertando-a em seu abraço em seguida. Ela se desmanchou. Como amava aquele abraço.
- Não vou. Ou melhor, não iremos. Nunca. - a morena respondeu, dando um selinho nele e pondo as mãos sobre a barriga. - Eu e ti só temos a nós mesmos nesse mundo, mas agora teremos a nossa própria e unida família.
Ela disse, e ele entendeu. Abriu o sorriso mais lindo que Demetria havia visto já em seu rosto. Os três eram a personificação da felicidade naquele momento.
FIM
Nem sei se terá alguém para ler isso, porém eu prometi, cumpri. Perdão pelo tempo, a faculdade de fato nos suga. Espero que gostem. Se tiverem alguma sugestão de história, me mandem. Talvez ilumine a minha mente para escrever algo.
Beijão!
ResponderExcluirOiii, eu só gostaria que você terminasse a outra historia *-* por favooor smcg terminaaa
Oi! Vou tentar terminar! Bjs!
ExcluirEu tbm queria q vc terminasse de postar SMCG por favor por favor por favor
ResponderExcluirVou tentar terminar, sim! Beijos!
ExcluirE sobre uma nova historia,vc poderia posta 'Se entregando ao inimigo"
ResponderExcluirSiiim seria muito bom!! Procuro essa fic em versão jemi e não acho em lugar algum. O único blog que postava essa fic foi excluído. Pensa nisso Luna, vamos amar, essa fic é de época e é maravilhosa 😍!!
ExcluirAI. MEU. SANTO. TRONO!!!!! Você me deixa sem palavras moça kkk. Gente, vou até reler a fic, pq é uma das minhas favoritas <3. Eu sei como faculdade te suga, só agora pude entrar aqui para ver. E entro e vejo essa maravilha!!! Muito obrigada Luna por escrever essa fic maravilhosa!! Te adoro!!
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