Capítulo 15


Demetria acordou um pouco depois do café da manhã e descobriu que Joseph havia saído com seu tio. Aproveitou para colocar a leitura em dia na varanda, que estava namorando desde que chegara. Parecia ser tão tranquila e tinha uma vista maravilhosa.
Mas não durou nem trinta minutos, pois ela resolveu socializar quando avistou Julie e Jolie.
Chamou as gêmeas com um aceno e elas hesitaram. Discutiram se deveriam ir ou não, mas foram. Demi sorriu satisfeita.
   — Oi, meninas, como estão?  — perguntou simpática e elas responderam em uníssono, como de costume.  — Estou tão entediada dentro dessa casa! O que vocês costumam fazer?
Elas logo engataram uma conversa divertida e a morena expunha suas ideias para as outras numa conversa que parecia ser banal. Um método plausível onde seu poder de persuasão emanava.
Ficaram um bom tempo assim até Joseph chegar. Ele foi até elas, satisfeito por estarem se dando bem. Demetria era mesmo ótima.
   — Joseph?!  — os quatro ouviram a voz doce e avistaram a mulher logo atrás de Joseph. Ondas ruivas caíam até sua cintura e sardinhas fofas enfeitavam seu rosto branco. Seu sorriso era maravilhoso, assim como seu corpo parecia ser. As duas pedras de rubi que eram seus olhos cintilaram, antes dela se jogar nos braços dele. Abraçou o marido de Demetria com vontade.  — Que saudade!
   — Charlotte... Oi!  — ele disse sem jeito e a abraçou de volta, logo soltando-se.
   — Soube hoje cedo por Rodolfo que estava aqui. Por que tu não foste me visitar, docinho?
O tom doce de sua voz havia dado lugar ao malicioso. Suas sardas fofas viraram sexy e Demi percebeu que não se tratava de uma garotinha. Parecia ser mais velha também.
  —  Eu estava passeando pela cidade com minha esposa  — explicou, já sinalizando que havia se casado. Andou até Demetria para apresentá-la.  — Meu bem, essa é Charlotte, uma amiga. Charlotte, minha esposa, Demetria.
   — Amiga?  — ela perguntou com um sorriso debochado, nem se importando com a morena.  — Saudade de ser só Char... Demetria querida, seremos grandes amigas!
   — Por que tanto certeza?
A ruiva sorriu, não esperava essa pergunta.
   — Temos algo em comum: seu marido.
   — Para ti isso é suficiente para uma grande amizade? É de se lastimar...  — respondeu, fazendo as gêmeas darem risadinhas.  — Mas espero que sim.
Charlotte riu e apertou a bochecha de Demi.
   — Que gracinha! Aonde tu arrumaste essa bonequinha petulante?  —perguntou para Joseph.  — Morde também?
   — Sim, tente  — ele respondeu. Demetria pegou seu livro, pronta para se retirar.
   — Tu te incomodas de eu ocupar teu marido por algumas horinhas, meu bem?
   — Combinamos de sa--
   — Não, fique à vontade  — Demi o interrompeu, deixando Joseph perplexo.  — Com licença.
   — Obrigada, querida. É do Rui Couto?  —ela perguntou assim que avistou o livro da morena. Esta que assentiu.  — Que homem eloquente, não? Gosto muito dos seus livros. Leia também Gal G, irás gostar.
Arrastou Joseph e Demi estava impressionada pela ruiva saber quem eram os dois autores. Havia julgado a mulher errado.
Entrou.

Charlotte ficou para o jantar e Demi descobriu que a mulher era culta e importante na cidade. Além de ser bem próxima de Joseph.
Ao contrário do que pensou, a ruiva parecia ser uma boa pessoa. Partilhavam dos mesmos ideais, o que fez Adelaide se retirar da mesa, indignada. Continuava se insinuando para Joseph e Demi não achou nada respeitoso da parte dela.
  — Perdoe-me pelo meu comportamento essa noite, Demetria — Charlotte disse, assim que ficou a sós com a morena, antes de ir embora. — Eu estava tentando entender por que Joseph a escolheu como esposa e confesso que ainda não compreendo.
Demi riu, sem acreditar no que estava ouvindo. A ruiva sustentava uma expressão confusa.
  —  Tu vais continuar a me ofender?
  — Não, perdoe-me novamente se te ofendi. Não vi uma pontada de ciúme ou amor da tua parte ao olhar para Joseph e isso me assusta. Ele jamais casaria por dinheiro, por isso não entendo.
  —  Se ele não te contou por que nos casamos, não sou eu quem contarei — respondeu, preparando-se para subir as escadas.
  —  É evidente que está apaixonado e isso me deixou perturbada —  ela confessou, rindo sem humor. A morena voltou sua atenção novamente para ela. —  Espero um dia poder entender essa escolha e que tu faças bom proveito dela.
Caminhou de volta a sala e Demi subiu as escadas, caminhando para o quarto.
Ficou por alguns minutos tentando desamarrar o espartilho que as gêmeas a haviam feito vestir para o jantar. Grunhiu, olhando pelo espelho da penteadeira, mas não obteve nenhum resultado.
Joseph chegou logo depois e se ofereceu para ajudar. Ela negou, fazendo o homem revirar os olhos.
  — Ande logo, deixe-me ajudá-la —  disse, aproximando-se da esposa. Demi, vencida, retirou as mãos e as apoiou na penteadeira. Observou Joseph pelo espelho, concentrado no nó do espartilho. — O objetivo delas era matá-la asfixiada?
 A morena ignorou o deboche e levou um susto quando sentiu as mãos dele esbarrarem em seu pescoço. Joseph estava tirando seu cabelo da frente do espartilho e jogando para o lado. Conseguiu, finalmente, desfazer o nó e Demi preparou-se para virar, mas ele a imprensou novamente na penteadeira.
  —  Ainda não terminei —  disse, encarando a esposa pelo espelho. Desamarrou, pacientemente, o espartilho, torturando Demi com a lentidão e os toques em seu corpo. Ela pôs as mãos na frente, segurando e impedindo que a peça caísse. Joseph observou as costas desnudas da mulher, ainda impedindo que ela saísse.
  —  Marcou sua pele —  ele comentou, passando a mão gelada pelo pedaço quente e avermelhado, fazendo Demi se arrepiar.
  — Eles são apertados, normal que aconteça.
Ela fugiu dele, antes que fosse impedida novamente.
  — Foi uma terrível decisão permitir que Charlotte tomasse o meu tempo, meu bem...
  — Por que? — a morena perguntou sem interesse, enquanto pegava sua roupa de dormir. — Ela aparenta saber conversar muito bem.
  — Eu havia planejado nosso fim de tarde...
Ela deixou as jóias na penteadeira, passando por ele.
  — Oh, que triste! Pelo menos tu tiveras uma bela, intelectual e agradável companhia.
Quase deixou seu espartilho cair, quando Joseph a puxou pelo braço, fazendo com que ficasse entre ele e a penteadeira mais uma vez. O homem a atropelou, antes que reclamasse. Depositou uma mão no lado do pescoço dela.
  — Eu preferia a tua e seu belo rosto — respondeu, descendo o indicador da bochecha dela até os ombros, enquanto a encarava pelo espelho. — Estar perto do teu corpo — a colou mais nele, enquanto sua mão direita acariciava a curva da cintura. Demi estava sem reação. — E ouvir as tuas ideias, desejos e anseios...
Depositou um beijo no pescoço dela e outro. Vários. Demi apertou o espartilho contra seu corpo, observando o homem trilhar um caminho de beijos em sua pele.
  — O que pen--
Ela foi interrompida por si mesma quando sentiu a mão de Joseph em sua barriga. Fitou o reflexo deles no espelho, procurando repreender o homem com o olhar, mas ele ainda estava ocupado com sua pele. A morena estava começando a ficar desesperada por estar achando as carícias do marido prazerosas.
  — Solte-me! — ordenou, fugindo abruptamente dos carinhos de Joseph. Assoprou as duas velas, deixando-os no completo escuro. Assim poderia despir-se em paz.
  — Preferes às escuras?
  — Trocar-me? Sim, claro.
  — Não... Ser tocada, acalentada, beijada — disse, fazendo Demi ficar incomodada com o tom de voz totalmente sensual, que parecia cada vez mais perto de sua nuca. — Ainda posso vê-la.
Surpresa, agradeceu por estar vestida já. Estava acostumada a se trocar rapidamente quando chegava em casa com trajes de homem. Virou-se para encará-lo, ficando a alguns centímetros do rosto dele.
Essa abordagem estava mexendo com ela.
  — O que há contigo? Deixe-me em paz.
  — Por que tu não descobres e me diz?
  — Eu sei — respondeu e ele beijou seu pescoço mais uma vez, perguntando no seu ouvido "O quê?". Ela fechou os olhos, respirando fundo. — Sono.
Joseph riu, pegando a esposa pela cintura e beijando sua boca. Ela cedeu rapidamente, dando início a um beijo ardente. Este que a fez lembrar dos lábios do Cavaleiro nos seus. O desejo com que Joseph a beijava a remeteu ao primeiro homem que havia a possuído. Flashbacks da noite especial passavam por sua cabeça. Suspirou e não soube se foi porque o marido agarrou os cabelos da sua nuca, ou porque o Cavaleiro beijou seu colo, em pensamentos.
  — Talvez descubras algum dia —  Joseph disse, interrompendo o beijo. — E até lá, não te beijarei mais contra tua vontade. Terás que vir até mim por livre e espontânea vontade.
A morena riu, assim que se recuperou.
 — É melhor que esperes sentado.
— Ah, meu bem — deliciou-se com o deboche, levando a boca à orelha dela e o polegar aos seus lábios entreabertos. — Esperarei nu e deitado.
Afastou-se com dificuldade, deixando a morena arrepiada. Demi xingou-se por isso.

                                                    ♡♠♧♦
Olá, demorei todo esse tempo para conseguir escrever isso. Espero que gostem. Agora as coisas começam a ficar mais quente, Joe seduzir, Demi ceder...
Obrigada mesmo por todos os comentários!!! Muito bom ver que tem gente acompanhando! ♥♥♥

Comentários

Postar um comentário

O espaço é todo seu.

Postagens mais visitadas