Capítulo 4
Demi, sua mãe e irmãs desceram do cochê que estava estacionado na praça principal. A senhora Lovato resolveu levar as filhas para comprarem vestidos do casamento de Selena, e espantar o boato de que estavam falidos.
Demi suspirou, pensando em como faria para resolver o problema de sua amiga. Precisava agir rápido. Sem contar que precisava ajudar seu pai também.
— Tu tens andado tão preocupada... não gosto disso — Rose comentou, analisando a irmã. — Se é por causa de papai, não te preocupes, foi hoje falar com Bravolta sobre casamento.
— Isso me deixa furiosa! Há outro modo, mas papai não me ouve. Com licença.
Afastou-se da irmã, irritada. Não estava a fim de comprar vestidos, até porque, não haveria casamento. Verificou se não havia ninguém a seguindo, e fez o seu caminho secreto, que dava na residência do senhor Killer, um simpático idoso, muito amigo de Demetria. Ele era um dos responsáveis pelo jornal da cidade e sempre tinha de tudo em sua casa. Killer publicava textos da mulher, fingindo ser um homem que escrevia, Afonso Riba, já que a morena não tinha poder para isso. Demi precisava de ferramentas para colocar seu plano em prática.
— Tome cuidado, minha jovem.
— Pode deixar, obrigada — ela agradeceu, e abraçou o mais velho. O senhor Killer admirava Demetria pela sua coragem, determinação e bondade. Era a filha que sempre idealizou, mas nunca teve.
Noite, propriedade do Lockwood.
Demetria desceu de Florence, e com todo cuidado, abriu a porteira da fazenda. Somente se ouvia o barulhos dos grilos. Puxou a égua para dentro, aproximando-se dos estábulos. Abriu a porteira das vacas, porcos, e galinhas para que fugissem.
Olhou para a casa grande, mas não notou nenhuma agitação. Seu coração estava descompassado, e sua barriga dava voltas. Estava com medo, mas sua coragem prevalecia.
— Por Selena, por Selena... — murmurou para si mesma e seguiu em frente. Pegou a bolsa que estava pendurada em Florence, cheia de ferramentas que a ajudaria a soltar os escravos.
Andou cautelosamente até a senzala, até ouvir um barulho. Alerta, encostou-se na parede, puxando sua espada.
Desencostou-se para olhar a entrada da fazenda, e foi surpreendida por uma mão na sua boca. Arregalou os olhos assustada e não pensou em nada, a não ser se livrar.
Deu uma cotovelada forte no abdômen de quem a segurava, aproveitando o golpe, soltando-se. Virou a espada, ferindo o braço dele, mas quando focou o homem, a surpresa foi tão grande que sua espada foi ao chão.
— Oh, Deus! — ela exclamou surpresa e assustada. — Tu estás bem?
O Cavaleiro olhou sua blusa rasgada e o sangue escorrendo, onde a espada o feriu. Mas pouco estava se importando com o machucado. Olhou para Demetria novamente de uma forma que ela não conseguiu decifrar.
— O que fazes aqui?
— Não parece óbvio? — perguntou, pegando sua espada no chão e guardando novamente. — O Cavaleiro me atrapalhou.
— Tu não achas ousado da tua parte te arriscar deste jeito?
— E o que me sugeres? Pedir ajuda ao lendário Cavaleiro da escuridão? — perguntou aborrecida, enquanto tentava abrir com força, a fechadura improvisada de corda e madeira. — Não, obrigada.
— Deixe-me fazer isso — ele disse, pegando na corda, mas recebeu um tapa forte de Demetria na mão, que o fez soltar.
— Nós não somos parceiros.
Ela finalmente conseguiu arrebentar. O Cavaleiro sabia que ela estava magoada e aborrecida, depois de repetir a frase cheia de rancor. Então apenas a observou por um bom tempo, enquanto ela destruía a fazenda do Lockwood perfeitamente.
O homem a avisou como deveria fazer com os escravos, mas Demetria era orgulhosa demais para ouvir. Isso gerou um problema, pois o que o Cavaleiro avisara, aconteceu. Os escravos ao serem libertos, fizeram muito barulho ao correrem. A casa grande logo acendeu e Demetria gelou ao ver vários capangas armados.
— O Cavaleiro da escuridão! Matem-no! — o senhor Lockwood gritou e foi o primeiro a atirar.
— Rápido! Monte na égua e me siga! — O homem ordenou, já montando em Escuridão. Demetria não gostava de ordens e isso a fez repensar. Mas não o ouvira da última vez, era melhor fazê-lo agora. — Rápido!
Ela montou e começou a cavalgar para onde ele instruía. Os tiros ficavam cada vez mais pertos e Demetria tremeu. A adrenalina percorria seu corpo e ela mal conseguia pensar. Apenas seguia o Cavaleiro.
Evitou olhar para trás e fez Florence correr o mais rápido que conseguia. Lembrou de quando conheceu o Cavaleiro e em alguns minutos estavam na mesma estrada de terra.
Ele fez Escuridão parar de correr, e Demi fez o mesmo com Florence.
Ambos se olharam, mas não disseram nada, apenas cavalgaram lado a lado.
— Continuamos não sendo parceiros.
— Nem por um minuto deixei de pensar o contrário — ela respondeu brava. Ele achou graça, pois sabia que ela estava pensando que o motivo era ser uma mulher. Chegaram logo a casa dela e pararam dessa vez perto da casa grande, pois os capangas haviam sido dispensados. Seu pai não tinha mais condições de pagar. Desceu e ele a observou.
— Sabes... — ele disse, descendo do cavalo e Demetria virou-se, olhando o homem. — Talvez possamos ser parceiros.
Ela ergueu a sobrancelha e deixou um mero sorriso escapar. A possibilidade a animava.
— Tu estás sempre mudando de ideia assim?
— Talvez tu que ultimamente tens me feito repensar — respondeu, fazendo Demetria quase se arrepiar. A voz grossa dele entrava pelos seus ouvidos e envolviam o seu coração. Sentia-se feliz, ansiosa, quente, diferente com cada olhar misterioso. Ele avançou pra cima dela e Demi logo percebeu que iria ser agredida. Defendeu-se do punho dele, antes que chegasse ao seu rosto. Arregalou os olhos, assustada e confusa.
- O que você está fazendo?!
Ele não respondeu, apenas tentou acertar outro soco. Demetria dessa vez se defendeu com dificuldade. O Cavaleiro deu uma rasteira nela, fazendo Demi ir ao chão. Pôs-se em cima da mulher, a imobilizando com as pernas e os braços.
— Eu poderia te violentar ou matar nesse instante — ele disse, e Demi o fitou horrorizada. — É isso que eles vão fazer se te pegarem. E agora?
Então ela compreendeu que o homem estava apenas testando-a. Precisava se livrar dele para mostrar que tinha capacidade de ser sua parceira, sem que ele precisasse se preocupar em salvá-la. Até porque, não queria ser salva. Tentou se lembrar de quando treinava com Josh, um amigo de infancia.
Demetria subiu o tronco, ficando face a face com ele. Pôde perceber finalmente que seus olhos eram azuis ou verdes, mas era dificil distinguir na escuridão da máscara. O Cavaleiro sentiu a respiração dela em seu rosto, e esperou, entorpecido, pelo próximo passo. A mulher pôs a boca sobre a bochecha dele e puxou com os dentes o lenço que cobria a boca dele. Demi quase desistiu do que ia fazer quando ficou tão perto dos lábios do homem. A barba rala da bochecha dele roçou em seu queixo, enquanto voltava a encará-lo. Ambos arderam com o simples toque. Mas Demi se controlou e deu uma cabeçada nele, e trocou a posição. Quando o Cavaleiro caiu em si, a espada dela já estava sobre seu peito.
— Então em um instante, eu o mataria.
Ela deu um sorriso satisfeita e guardou a espada. O Cavaleiro não esboçou nenhuma reação, apenas a levantou com ele e a colou na parede. Sua mão esquerda arrancou o chapéu dela, e os cabelos negros caíram como uma cascata. A mão direita dele parou no pescoço fino, fazendo a morena estremecer. Demetria sentiu o coração disparar quando ele roçou seus lábios nos dele.
Ela fechou os olhos, entegrando-se. O Cavaleiro juntou de vez seus lábios. A morena não sabia o que fazer e apenas abriu a boca, deixando a língua dele tocar a sua. Ambos sentiram o torpor os consumir. Demi entrelaçou as mãos nos cabelos que não estavam cobertos pelo chapéu. Ele fez o mesmo, guiando o beijo.
Aquilo era mil vezes melhor que o beijo que Joseph tinha lhe dado.
Ela sentiu medo de que aquela sensação gostosa acabasse, por isso puxou o homem mais para si. O Cavaleiro enlouqueceu com o contato e desceu suas mãos para a coxa da mulher, encaixando em seu quadril.
Eles continuaram a se beijar avidamente, e a timidez de Demetria esvaiu. Ela desceu suas mãos para o pescoço quente do homem que aprovou o gesto. Eles partiram o beijo ofegantes e ambos os lábios vermelhos. Não perderam o contato nem por um segundo. Para Demetria, o estado em que se encontrava era inexplicável e ela se lembrou de Selena contando como havia sido bom ser beijada. O Cavaleiro já tinha beijado muitas mulheres, mas Demetria fora a única até agora a despertar esses novos sentimentos, além da luxúria e desejo.
Ele quebrou o contato para pegar o chapéu da mulher no chão e a entregou.
— Boa noite — ele disse, antes de montar em Escuridão para partir.
— Boa noite, Cavaleiro.
♧♡♧♢
Ai, ai, dona Demi, se a senhora soubesse quem você está beijando... Hello! Como estão?
Minhas visualizações aqui no blog caíram como um prédio demolido! De 800/900 pra 30/60. Eita, Giovana! As leitoras estão des ma ia das! Hahah
Mas ainda tem algumas meninas aqui e fico feliz por isso! ♡♡
Próximo capítulo tem encontro Jemi e uma dança mara! Hah
Beijos!
AGORA SIM!!! essa fic ta cada vez melhor, era essa parte quente que eu tava esperando hahahaha
ResponderExcluirImagino que o primeiro beijo da Demi tenha sido inesquecível, até pq foi com o cavaleiro sushjsjsj eu nunca mais esqueceria u_u um homem desses, quem esquece?!
Ah eu quero maisssss, quero um hot ao ar livre entre demi e o cavaleiro uabsjsjsjdjd c:
Posta logo!!!!
Beijao
Hahaha, obrigadaaaa! Vc é demais, garota!
ExcluirEu também não esqueceria! Jogou na parede, chama o xamu
Olha, até que isso me deu uma ideia, hein?! Acho que vai rolar um hot sim...
Beijão!
VOLTEIIIIIIIII . Gente essa fic ta pfta esse negocio de Cavaleiro é mt excitante. POSTA
ResponderExcluirSeja bem-vinda de volta, Mirely! Fico feliz por ter mais uma leitora de KOD!
ExcluirHahah, imagine quão excitante não é para a Demi!
Obrigada mesmo por comentar, beijinhos!