Chapter 21

- Acha que é fácil convencer os príncipes e as princesas? O seu trabalho é só pilotar.

- Ah, essa é a princesa de Genova ? – Ele perguntou, olhando para mim. O homem que estava ao meu lado assentiu. – Oh, é um prazer conhecê-la, princesa – Ele sorriu, se curvando e beijando minha mão.  Dei um sorrisinho tímido, afinal, nem o conhecia. – É tão linda quanto a rainha Luciana e a avó Tyra.

- Conhece minha mãe e minha avó ? – Perguntei, desconfiada.

- Oh, sim. Segurei sua mãe ainda muito pequenina. E conheci a rainha Tyra por muitos anos. É uma pena que ela se foi tão nova. Meus pêsames.

- A história sobre o passado está muito legal, mas nós temos que ir embora imediatamente. – O homem resmungou.

Andamos os três em silêncio até um avião. Segurei minha saia para conseguir acompanhá-los. Andavam apressados e eu estava de salto. Subi no avião com a ajuda do senhor e me sentei em uma poltrona. O senhor pelo visto era o piloto e sumiu de vista. Ficamos assim por alguns minutos, e eu não sabia o que estava acontecendo.

- Ei, psiu, antipático! – Chamei o homem que me seguia pelo shopping, ele me olhou nada agradável.

- O que foi, princesa ?

- O que está acontecendo? Por que estamos demorando tanto ? E esse senhor tem mesmo condições de pilotar um avião? – Tirei todas as minhas dúvidas e ele me olhou entediado.

- Meu nome é Zarty. E respondendo as suas perguntas, estamos esperando mais algumas pessoas. E sim, ele tem condições de pilotar. Acha que eu estaria colocando a minha vida em risco ? – Disse.

- Não sei, Zarty. Você é estranho e antipático demais. Desconfio de tudo.

- Desculpa a demora, estava atendendo frescura da princesa. – Uma voz conhecida disse fora do avião, enquanto empurrava uma garota para dentro. Eu conhecia aquela voz ranzinza e arrogante, mas era impossível.

- Werdy ? – Perguntei, e levei um susto quando vi aquele senhor conhecido. Ele estava com o braço enfaixado e com alguns curativos. Eu não podia areditar no que estava vendo, era quase um milagre.

- Princesa ? – Ele me olhou estranho. Corri até ele, o abraçando.

- Pensei que tivesse morrido.

- Eu disse que vaso ruim não quebra. – Ele riu, me fazendo rir – Mas o que está fazendo aqui ?

- Estou voltando para Genova.

- Como assim ? Você não ia ficar por aqui ? Não era o seu desejo ? Me fez te trazer à toa ? – Perguntou de braços cruzados. Era até engraçado de se ver.

- Ah, não acabe com todo o meu trabalho. Demorei muito para convencê-la, seu velho. – Zarty rosnou, mal humorado.

- Você foi na idéia desse antipático ? – Perguntou e eu assenti – Tudo bem, garota. Se você acha o certo a se fazer. E não foi a toa, pelo menos vivi essa adrenalina de pular de um avião explodindo.

- Ei, ei, está tudo muito legal, mas eu quero ir embora. – A menina loira, interrompeu.

- Ainda bem que eu fiquei com a princesa de Genova. Essa de Kewery é chata demais. – Zarty disse e revirou os olhos.

Depois dessa sessão de reencontro e reclamação, cada um sentou em uma poltrona. Fui obrigada a sentar do lado de Zarty. Mas não fazia diferença nenhuma, porque ele mal olhava para meu rosto. Werdy se sentou com a princesa de Kewery, que francamente, era um nojo. Pena daquele velho sortudo e arrogante. Por um momento eu esqueci de tudo que estava deixando para trás, mas quando me lembrei, o aperto no coração voltou e duas vezes pior. Suspirei e deixei minha cabeça encostar sobre o vidro. Eu estava perdida.

Dois olhos castanhos me encaravam, e me balançava. Abri completamente os olhos, dando de cara com Zarty.

- O que foi? - Perguntei, me ajeitando na cadeira. Meu pescoço doía, devido a posição que dormi.

- Chegamos. Finalmente. Trabalho comprido. - Respondeu. Ele estava em uma felicidade só, já eu, nervosa. Assinei o contrato da minha infelicidade. Tomei coragem, saindo do avião. O ar já era diferente. Minha casa, meu lugar. Estávamos no meio do nada. Entrei em um carro, junto de Zarty e o velhinho que pilotou o avião.

- Sabe ir pela serra? Não podemos passar pela cidade com a princesa? - Zarty perguntou ao mais velho.

- Sei até por debaixo da terra, meu caro. - Respondeu, arrancando com o carro. Ele corria bastante, e eu rolava de um lado para o outro devido as curvas. Aquele vestido já estava me incomodando. Não consegui mais dormir. O caminho era bastante esburacado, incomodava demais. Eu olhava para o lado direito, via mato, olhava para o esquerdo, mais mato. Estava até com medo da gente cair de um barranco. Do jeito que o senhor dirigia, não era impossível. Eu estava tão cansada. Avistei a cachoeira que eu nadava com Miley. Me bateu uma saudade da minha amiga. E foi inevitável não lembrar de quando comentei com Joseph. Será que essa hora ele já tinha dado conta do meu sumiço? Será que ele estava com raiva de mim? Eu só queria que ele não esquecesse que o amava demais.

Eu conhecia muito bem aquele jardim. Era a minha casa. Não sabia definir como eu estava me sentindo. Era um turbilhão de emoções. O carro parou.

- Bom, é aqui que a gente fica. - O velho disse. Eu estava com tanto medo e vergonha de encarar meus pais. Pois agora eu entendia o quão egoista estava sendo.

- Vocês vão para onde? - Perguntei. Eu pensei que Zarty trabalhasse para o meu pai.

- Resgatar mais princesas e príncipes. - Zarty respondeu - Se não fosse por mim, os reinos já estariam extintos.

- Vá, princesa. Iremos nos encrencar se os guardas nos virem aqui.

Abri a porta do carro e sai desajeitada. Endireitei o vestido e dei pequenos passos, seguindo o caminho que levava ao castelo.

- A propósito, você provou ser uma verdadeira princesa. Toda Genova e seus pais se orgulharão de você. - Zarty disse. O senhor ligou o carro dando ré, e sumindo pela estradinha de terra.

Olhei novamente todo aquele lugar. Eu tinha sentido falta daquilo. Respirei fundo, inspirando coragem. As palavras de Zarty ajudaram. Eu agora tinha voltado. Era uma princesa novamente. Aumentei os passos, quase correndo. Segurei a saia e subi a escadaria. Era bom e ruim ao mesmo tempo estar em casa. As serventes passaram por mim sorrindo gentis. Retribui. Eu era o centro das atenções novamente, mas não estava achando isso tão ruim dessa vez. Adentrei na sala, mas não achei ninguém. Fui até a cozinha e nada. Subi as escadas, atravessei o corredor, e entrei no maior quarto. Mexendo no armário, eu encontrei quem queria.

- Mãe! - Chamei, e ela se assustou. Sorriu como nunca, vindo ao meu encontro e me abraçou. Retribui forte, e foi impossível conter as lágrimas. Eu estava com tanta saudade dela.

- Minha linda, eu nem acredito que estou assim tao pertinho de você. - Ela disse, afagando meus cabelos.

- Eu senti tanto a sua falta! - Respondi com a voz embargada.

- Eu também, amor, todos os dias.

- Oh, não acredito! - O barulho da bandeja com xícara e pratos ao chão se fez. Me separei da minha mãe, e abracei Bá que nos olhava espantada.

- Ah, é tão bom estar assim novamente. - Comentei, abraçada as duas.

- O que aconteceu? Como você chegou?  - Bá perguntou. Sentei na cama dos meus pais, tirando aquele salto que estava me apertando.

- Longa história, prometo que conto. Cadê meu pai?

- Ele está na cidade. Meu Deus, ele vai ficar tão feliz quando te ver. - Minha mãe disse, me abraçando novamente.

- Ele está muito bravo comigo?

- Só no começo, meu amor. Ele está morrendo de preocupação. - Respondeu, me deixando mais calma. - Você deve estar morrendo de cansaço.

- Vou arrumar tudo no seu quarto para a princesa descansar. - Bá sorriu e nos deixou sozinhas.

Minha mãe me beijou e me abraçou milhões de vezes. Retribui. Ela fazia muita falta. Enquanto tomava banho, ela me perguntava tudo. Respondi só algumas coisas básicas. Contaria tudo depois. 

Deitei em minha cama e meu corpo relaxou. Sua última pergunta fez meu coração doer.Era sobre Joseph. Ela finalmente me deixou dormir, mas eu sei que ficaria me vigiando pra ver se eu estava mesmo ali, ou era um delírio dela. Ri fraco. Sempre fora assim. Eu não consegui segurar as lágrimas ao lembrar da noite passada. Minhas pálpebras pesaram e tudo ficou escuro.

Abri os olhos, coçando com as mãos. Meu quarto estava escuro. A luz do abajour iluminava um pouco. Abri a janela afim de saber em que parte do dia ou da noite eu estava. O sol estava se pondo, fim de tarde. Senti o vento fresco adentrar pelo cômodo. Eu tinha me esquecido como a vista do meu quarto era tão bonita. Meu estômago se manifestou pela falta de comida. Não comi nada desde o baile. Satisfaria meu desejo com a deliciosa comida de Bá. Deixei meu quarto, seguindo pelo corredor. Eu senti falta de observar as fotos da fampilia de meu pai, e de minha mãe pelas paredes. No final, continha a minha família. Desci as escadas, seguindo para a cozinha. Parei quando ouvi barulho no escritório de meu pai. Nada curiosa, olhei pela fresta.

- Demi precisa vir ainda hoje. Já mandei as buscas. - Meu pai disse, organizando uns papéis na mesa.

- Querido, não será preciso ..

- Como não? Minha filha está perdida naquele aquele lugar e nós não sabemos nada. - Ele respondeu, interrompendo minha mãe. Fiquei feliz em saber que o principal motivo era esse.

- Não precisa, porque eu já estou aqui. - Respondi, abrindo a porta e entrei. Meu pai me olhou assustado, mas logo me abraçou forte.

- Demi, minha filha. Você está bem? Fiquei tão preocupado.

- Estava com saudade. - Disse, ainda abraçada a ele. Eu o amava tanto.

- Eu também, minha princesa - Ele deu um beijo no topo da minha cabeça, ainda me abraçando. Me senti a Demetria de 7 anos de idade que corria para o colo do rei e apenas o admirava. Aos 13 eu só sabia criticá-lo, mas não me colocava em seu lugar. Hoje, eu o compreendia. Meu amor era maior do que qualquer adversidade. - Nunca mais faça isso.

- Minha família! - Minha mãe disse toda boba e nos abraçou. Nada melhor do que estar com eles. Nós nos reunimos na sala, e eu contei como tudo aconteceu. Claro que não falei dos mínimos detalhes, e ocultei meu namoro com Joseph. Eles começaram a me interrogar, e eu fiquei incomodada. Ainda doía ao lembrar de lá. O pouco tempo que passei já foi suficiente para me apegar. 

- Eu não acredito! Não acredito! - Miley pôs a mão na boca assustada, eu sorri. - Amiga! 

- Sim, amiga. - Eu a abracei, que correspondeu. Como ela tinha feito falta. Muita.

- Pensei que tivesse esquecido de mim.

- Impossível, né ? - Respondi, e ela me abraçou novamente. É, ela não estava acreditando.

- Demi, eu tenho tanta novidade. Você tem tanta novidade. Será que dá tempo de falar tudo hoje? - Ela disse eufórica, e sentou na minha cama. Me sentei ao seu lado.

- Você vai dormir aqui hoje, então, tem que dar.

- Eu sabia que vocês já estariam juntas! - Minha mãe disse abrindo a porta do meu quarto. - As novidades são muitas, não é ? 

- Inclusive, a rainha tem uma. - Bá disse, colocando a bandeja com uma lanche em cima da minha cama. Minha mãe ? Com novidade ?

- Ih, agora eu fiquei curiosa! - Miley disse, pegando um biscoito.

- Bom, é que em breve nascerá um principezinho ou uma princesinha. - Ela disse, pondo a mão sobre a barriga. Eu teria um irmãozinho ou uma irmanzinha, que lindo. Levantei da cama parabenizando minha mãe, e Miley logo em seguida. Essa notícia tinha realmente me deixado feliz. Nós a enchemos de perguntas. Meu pai ainda não sabia, ela iria fazer uma surpresa. 

- E como foi com Joseph, Demi ? - Bá me perguntou.- Zarty me contou que vocês estavam namorando.

- Como assim ? Você e Joseph ? - Miley perguntou espantada. 

- É por isso que você está assim, filha ? 

- A gente estava namorando .. Mas eu vim embora. 

- Quero saber dessa história. - Miley se endireitou na cama, e Bá e minha mãe chegaram perto. Eu contaria a elas, afinal, eu tinha que desabafar. Já estava morrendo de saudade dele. 

* * *

Eu não acreditava que estava mesmo prestes a fazer aquilo. Tentava enfiar na minha cabeça que era o certo, mas eu sabia que seria infeliz. Pelo menos eu só teria que ficar um tempo casada com aquele ser desprezível. Meus pais não queriam aquilo para mim, mas não havia outro jeito. Sim, tinha. Joseph poderia estar agora, comigo, mas não, ele estava bem longe. Suspirei. Era pelo os meus pais, pelo o meu povo e pela honra da minha família. 

- Eu não acredito que você vai mesmo se casar com aquele ogro. - Miley disse, deitando na minha cama. Suspirei. - Eu não faria o mesmo no seu lugar. Mas sabe, eu estou te admirando. Se todo esse povo soubesse o que você está fazendo por eles.

- Para, senão eu choro. Já estou toda sentimental.

- Aw - Ela me abraçou - Olha só amiga, pensa que vai ser só por um tempinho, e eu vou viver te infernizando como sempre, ok ? 

- Promete ? - Perguntei. Estava com tanto receio.

- Prometo. 

- E como será que Joseph está? Será que ele está com raiva de mim ? - Comentei, sentando na minha penteadeira. Eu não consegui parar de pensar em Joseph. Nunca foi tão insuportável. 

                   ~ Continua ~

Oi, meninas! Como vocês estão ? Então, aqui está mais um capítulo. Eu tinha escrito bastante coisa, mas vejo que Promised não está agradando muito, então resolvi encurtar. Só falta bem pouco para acabar. Sério. K

E depois vou precisar da ajuda de vocês para saber qual será a próxima fic. Espero que vocês gostem. 

Estou doida para trocar esse layout do blog. Não gostei desse rosa, essa coisa toda fofa. Pretendo voltar com o preto, mas agora com cores diferentes. Bom, tudo depende do próximo banner.  K

Enfim, agora eu estou indo. Estou sem novidades. Me contem vocês o que fizeram de bom nesse feriadão. E eu estou muito irritada por não ter ganhado nada de dia das crianças. Queria o cd UNO! do Green Day. Af, sou muito fã deles. Se quiserem, aceito por sedex, haha. 

E vocês ? Ganharam alguma coisa, ou ficaram só na vontade? 

Até o próximo post, beijão ;*

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Capítulo 20 - http://jemiloveandlove.blogspot.com.br/2012/10/chapter-20.html?showComment=1350436384598#c3157118831304820976

Capítulo 19 - http://jemiloveandlove.blogspot.com.br/2012/10/chapter-19.html

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