Capítulo 40

Demi riu da feição preocupada de Joseph, assim que ele sem querer bateu com a cabeça dela no batente da porta.
- Você já quer ficar viúvo? - ela perguntou divertida. Ele pediu desculpas três vezes e a colocou no chão para poder olhar sua cabeça. Demi riu de novo. - Eu já disse que estou bem, Joe.
- Mas a pancada foi forte!
Ela revirou os olhos e olhou toda a sala. Seu olhar prendeu na parede de vidro que tinha uma vista esplêndida. A morena se aproximou, conseguindo ver todo o Centro dali.
- Uau! Isso é lindo! - Demi comentou encantada e Joseph sorriu. Abraçou a esposa por trás, apreciando a vista também. Diferente de muitas noivas, ela não quis escolher o lugar onde passariam a lua de mel, deixou que ele a surpreendesse. E deu certo, estava surpresa.
- Eu sabia que você ia gostar - Joseph disse, e Demi o beijou, feliz. Ela logo partiu o beijo e se dirigiu ao quarto para poder tomar banho e descansar. Joseph também fez o mesmo.
- Ei, Demi - Joseph bocejou, se jogando no sofá da sala. - Acho que nosso passeio não vai rolar...
- Por que? - ela gritou do quarto, frustrada. Parou de colocar a roupa e andou apressada até a sala. Antes que ela perguntasse, Joseph apontou para a janela de vidro. Ela soltou um muxoxo ao ver a tempestade lá fora. Jogou-se sofá chateada.
- Ah, vai, não fica assim - Joseph abraçou a esposa, tentando a consolar. Pegou o celular no bolso, digitando. - Aqui vai ser melhor do que o passeio, prometo.
Ele ligou para o serviço de quarto e pediu um jantar. Demi se levantou, já conformada. O importante era estar com ele, não importando o lugar.
- Qual roupa você prefere que eu coloque para o nosso jantar? Vestido de festa, pijama, casual...?
- Eu prefiro que você venha nua - ele respondeu pervertido e riu, quando ela o xingou. Joseph recebeu a empregada e arrumou a mesinha da sala para pôr a comida. Queria algo despojado, que se sentissem confortáveis. Sentou no chão, encostado no sofá e a esperou.
- Nosso primeiro dia de casado e já comemos na sala. Imagine daqui algum tempo, na cama, na varanda...
- Você liga pra isso? - ele perguntou, enquanto estendia uma taça pra ela. Demi sentou-se ao seu lado, brindando.
- Claro que não.
- Nosso primeiro dia de casado e você já anda de roupão pela casa...
- Só estou realizando seu pedido - ela deu de ombros, e então ele se tocou. - Não gostou?
- É claro que sim - ele depositou beijos no pescoço dela, subindo para o rosto. - Vou ficar mal acostumado...
Ela riu, pondo a mão sobre a bochecha dele e juntando seus lábios. Ambos ficavam impressionados como o efeito do beijo, do toque, não ficava normal, costumeiro, parecia sempre ser mais intenso. Demetria poderia passar o resto da vida o beijando, e Joseph, a abraçando. Eles sabiam que não enjoariam, e era o que pretendiam fazer.
- Amo você - ele declarou, a encarando e acariciando sua bochecha. Demi fez o mesmo, olhando os olhos verdes que mais amava e que não saíram da sua memória desde o dia que os viu.
- Eu também - respondeu, e Joseph a puxou para ele, a beijando com vontade. Seus braços apertaram em volta dela, como se a qualquer momento ela pudesse fugir, e queria impedir. Demi segurou firmemente o seu rosto com as duas mãos, pois não pretendia ir a lugar nenhum.

4 anos...

- Ei, Peter, não corra! - Demi gritou, assim que o garotinho saiu correndo pelo estacionamento, até o elevador. Ela trancou o carro e o olhou feio, enquanto Peter fazia uma cara de sapeca. - A mamãe já disse que você não pode correr aqui, não foi?

- Desculpa - ele disse e a morena se derreteu. Não conseguia ficar muito tempo brava com o filho. Abaixou-se e deu um beijo nele. Peter apertou repetidas vezes o botão do elevador. - Papai.

Ela riu, revirando os olhos. Deu a mão a ele e entraram no elevador. Assim que já estavam no primeiro andar da The Beauty, Peter quis sair correndo mais uma vez, mas Demetria o impediu. Um olhar repreensivo da mãe bastou para que ele andasse comportado ao seu lado. Como sempre, eles atraíram olhares do pessoal da empresa.

Muitos agora faziam questão de falar com Demetria e Peter, e bajular ambos. Até presentes do nada costumavam dar e a morena detestava isso. Queriam comprar seu filho! 

Pegou seu celular no bolso e mandou uma mensagem para Selena. Foram novamente até o elevador, e enquanto esperavam, Taylor apareceu.

- E aí, amigão! - ele se dirigiu a Peter, fazendo um toque de mão com ele. - Você tá sumido, o que aconteceu?

O pequeno apontou para a mãe que estava atrás dele. Taylor riu da cara de sofrimento do menino.

- Mas eu tenho um artista, não é mesmo? Olha essa face! - Demi disse, cruzando os braços. - Diga pra ele por que você anda sumido, filho.

- Mamãe não gosta que me bajulem.

- Ela está certa - o homem respondeu e acenou quando eles entraram no elevador. A mulher novamente deu a mão ao filho para que ele não corresse. Mas ele sempre o fazia quando estava perto da sala da presidência. As secretárias agora olhavam Demi com inveja e ela havia aprendido a lidar com isso. Ignorava.

- Tia Julie! - Peter gritou, dando uma abraço na mais velha. Julie adorou, dando altas risadas. Para ela é como se tivesse um Joseph miniatura novamente. Depois de uma sessão de beijos, abraços e risadas, eles finalmente conseguiram se livrar de Julie. Mas tiveram um encontro desagradável no meio do caminho. Peter já a reconhecia pelos sapatos horrorosos.

- Peterzinho! Como você está lindo, pirralhinho! - Kimberly fez uma voz enjoada e Demetria se perguntou como ela conseguia. Agarrou as bochechas do garoto que reclamou. A mãe dele revirou os olhos. 

- Vamos, Peter - Demetria o puxou pelas mãos, sem nem dirigir a palavra à prima do marido. A morena sabia que Kimberly a odiava. Peter olhou para trás, mostrando a língua pra ela e dizendo "feia". A cara de raiva de Kimberly foi impagável e Demi nem se deu conta. 

- Papai! - Peter gritou, assim que entrou na sala do pai. Desvencilhou-se da mão da mãe, correndo até o pai. Demi sorriu, fechando a porta. Joseph abraçou o filho, deliciado com a surpresa. - Saudade.

- Eu também estava com saudade, rapaz.

- Viemos te buscar para almoçar com a gente - Demi disse, aproximando-se da mesa do marido. Ele a puxou pela cintura, fazendo-a sentar na sua perna direita, enquanto Peter estava sobre a esquerda. Deu um beijo nela. 

- Eu estava com saudade de você também - ele disse e ela sorriu, dando mais um beijo no marido. - Aonde os meus amores querem almoçar?

- Restaurante! - Peter disse animado, fazendo os pais sorrirem. Demi sempre teve a curiosidade de saber se o filho deles pareceria mais com um ou outro, mas Peter era uma mistura de ambos. Os olhos dele, a boca dela, o nariz dele, os cabelos dela.

Eles saíram da empresa e foram direto para o restaurante. Selena, Mikey, Ivy, Nick, Liam e Miley já estavam sentados, esperando o trio. 

- Ai, todo vez que vejo Peter, sinto vontade de ter um filho - Ivy comentou, enquanto acariciava os cabelos da criança. Mikey arqueou a sobrancelha.

- Só ser for com outro homem, meu bem.

Ela revirou os olhos e ele deu um beijo nela, rindo. O grupo começou a almoçar e conversar. Eles se divertiam sempre juntos, mesmo depois de tanto tempo.

- Vocês sabiam que isso aqui é para poucos? - Selena disse, e Liam pensou que ela estivesse falando sobre as pessoas que passam fome. - Não, Liam, digo estarmos unidos até hoje. Mesmo você e a Ivy que chegaram depois, já faz um tempinho...

- Verdade. Teve um certa época que eu pensei que só me restaria o Mikey...

- E você acha pouco, Joseph? Eu equivalho à duas pessoas ou mais!

- E eu pensei que nunca mais os veria... - Miley comentou nostálgica. - Meus momentos mais divertidos e engraçados são com vocês.
- Ah, com certeza - Selena concordou, lembrando dos momentos mais marcantes e sorriu. Mikey gargalhou, chamando a atenção de todos na mesa.
- O mais divertido foi o dia do lago qu---
Mikey foi interrompido ainda risonho pelos amigos. Ele enrugou a testa confuso, e só entendeu quando Demi apontou para Peter ao seu lado. O homem sempre esquecia que Peter era uma criança e soltava besteiras na frente dele. Mikey se calou, mas continuou a rir e não demorou para que Joseph, Demi, Miley e Selena o acompanhassem. Os outros três sabiam da história do lago, mas não era tão engraçado porque não vivenciaram. Ele relembrou o grupo de mais algumas situações, mas agora falando as obscenidades em código para que o filho dos amigos não entendesse.
- Ai, você não presta, Mikey!
- Coitado, Demi! - Ivy defendeu o namorado e deu um selinho nele, Mas ela sabia que era verdade e concordava.
- A Demi já me difamou até para o filho. Querem ver? Ei, Peter, o que a mamãe disse sobre mim?
- Nunca ouvir o tio Mikey - ele respondeu sem tirar os olhos do carrinho que arrastava sobre um pedaço da mesa. Quando todos riram, o garoto deixou de brincar, interessado. Miley foi a primeira a zoar Mikey. Selena se animou com a resposta do quase sobrinho e também quis perguntar.
- E sobre mim, P?
- Sempre ouvir a tia Selena e o tio Nick - ele respondeu sorrindo, arrancando suspiro fofo das mulheres presentes, principalmente da mãe, Mikey reclamou de Nick ser ouvido e ele não, mas estava apenas brincando.
- E da tia Miley, lindo?
- Tia Miley e tio Lucas são loucos.
Mikey deu uma risada tão exagerada que chamou atenção até dos outros clientes. Ele revidou a zoação da ruiva.
- Acho que ser louca não é muito melhor que não ser ouvido, hein?!
- Cala a boca! - ela ordenou, dando tapas em Ivy sem querer, pois não conseguia acertar o amigo. - Que absurdo é esse, Demi?
A morena alegou ter sido Joseph que havia ensinado, mas ele também negava. Peter se divertia ao ver a bagunça feita e por ter participado dela. Logo depois se acalmaram, enquanto comiam a sobremesa. Peter pegou no sono e Joseph lembrou aos seus funcionários-amigos que o horário de almoço havia acabado.
O pai botou o filho na cadeira do banco de trás do carro e Peter, sonolento, pegou no sono de novo.
- Você quer uma carona para a empresa ou voltará com Nick?
- Sabe... - ele começou a falar e a abraçou Demi pela cintura, encostando no carro. - depois de ouvir essas histórias antigas, eu me lembrei de quando ia pro seu apartamento - Joseph depositou um beijo na bochecha dela, no pescoço e subiu para os lábios rosados. Ela sorriu, pondo os braços sobre os ombros dele. - E me bateu uma saudade...
- Saudade do quê?
- Da gente, daquele sofá, daquele banheiro, das nossas loucuras - Joseph respondeu no ouvido dela, fazendo a mulher automaticamente fechar os olhos e lembrar de todos os momentos bons e prazerosos que passaram no seu apartamento. Ela queria sentir isso novamente. - Vamos pra casa?
Demi respondeu com um beijo rápido e entrou no carro. Checou o filho ainda adormecido pelo retrovisor e esperou que Joseph entrasse também. Ela o observou apaixonada e mal sabia que esse simples ato deixava o marido louco, mesmo que ele já tivesse falado.
- Amo você, minha linda - ele disse, batendo a porta e se inclinando para beijá-la.
- Eu também, amor - respondeu assim que se separaram e ele se ajeitou no banco. Joseph ligou o carro, e em minutos chegariam em casa para namorarem, como faziam sempre.

"O perdão é um catalisador que cria a ambiência necessária para uma nova partida, para um reinício."   Martin K.

FIM

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Nem acredito que finalmente finalizei SILY. Espero que as leitoras que esperaram (e muito!) pelo andamento dessa fic ainda estejam aí. E o principal: que gostem! Eu já disse aqui que não sou boa em finais e repito mais uma vez. Ouvi muitas músicas fofas do Ed Sheeran (amo, amo, amo) para conseguir fazer algo fofo e espero ter conseguido. 
Perdão pela demora com essa fic, pois o ano foi puxado. Já aviso com muito sofrimento que 2015 será 10x pior e não sei como farei...
Abandonar nunca, excluir jamais! Vou aproveitar as férias para postar a nova fic e vamos deixar pra pensar no ano que vem depois.
Estava com muita saudade de responder os comentários e acho que agora consigo. <3
Já já vou aparecer pra falar sobre a nova fic! Fiquem com essa foto que me matou <3